Livro apresenta três pontos para guiar as pessoas nessa jornada rumo ao sucesso na segunda metade da vida.

livro traz reflexões sobre as curvas de ascendência e decadência na carreira após a meia-idade // Foto: Divulgação

Especialista em felicidade e autor best-seller, Arthur C. Brooks apresenta um tratado sobre como viver plenamente a vida profissional — e, consequentemente, a pessoal — com a chegada da meia-idade, em seu lançamento Cada vez mais forte (Ed Intrínseca). O livro traz reflexões sobre as curvas de ascendência e decadência na carreira ao apontar com riqueza de informações os fatores etários implicados nesse processo — sobretudo, como é possível driblar o ostracismo profissional na faixa dos 50 anos e redescobrir novos caminhos para o sucesso.

Uma conversa entreouvida em um voo fez Arthur refletir sobre o sentido da vida — especialmente, o declínio dela. No assento atrás do seu, um homem famoso, bem-sucedido e de renome internacional — agora em torno de seus 80 anos — reclamava de não ver mais motivo para estar vivo. A partir daí, o escritor se viu tomado por perguntas que precisavam ser desvendadas e o levaram a uma profunda pesquisa: em que momento começamos a decair em nossa vida profissional? E por que isso acontece? E o que fazer para evitar o processo — ou melhor, como é possível se reinventar a partir desse declínio e, de fato, ser feliz após atingir o auge da vida?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os indivíduos se tornam mais suscetíveis ao sentimento de irrelevância profissional e social que costuma acompanhar o envelhecimento quando são mais bem-sucedidos e apegados a suas grandes conquistas . Segundo Brooks, a partir desta premissa, há apenas um caminho a seguir: desenvolver novas habilidades e pontos fortes, assim como cultivar relações e desenvolver a espiritualidade para continuar crescendo na segunda fase da vida. Cada vez mais forte oferece ferramentas para essa mudança de chave.

Com base na história de vida de figuras célebres, como Darwin, Bach e Cícero, Arthur C. Brooks trata de forma didática e elucidadora de questões da fisiologia humana para explicar as disparidades entre as aptidões nos diferentes estágios da vida — do auge ao declínio. O autor mostra que, quando jovens, as pessoas utilizam mais a chamada “inteligência fluida”, ligada à memória de curto prazo e mais ativa no campo da inovação e resolução de problemas sem conhecimento previamente adquirido. E, conforme a pessoa chega e passa pelos 40, 50, 60 anos, o que prevalece é a “inteligência cristalizada”, definida como a habilidade de utilizar o conhecimento aprendido no passado, isso é, a sabedoria. E é aí que está o cerne da questão proposta pelo livro: o sucesso, na meia-idade, é consequência de entender e fazer uso do que a sua atividade cerebral oferece de melhor.

Cada vez mais forte apresenta três pontos para guiar as pessoas nessa jornada rumo ao sucesso na segunda metade da vida. A primeira é que ela deve ser dedicada ao serviço, e não ao ócio. A segunda, que o maior dom quando mais velhos é justamente a sabedoria, e é nesse momento que o aprendizado e o pensamento criam uma visão de mundo que pode enriquecer os outros. E a terceira é que a habilidade natural nesse momento é aconselhar: guiar, ensinar quem está ao redor, e não acumular recompensas mundanas como dinheiro, poder ou prestígio. Assim, é possível redefinir a vida de modo a se valer dos pontos fortes da idade para se manter no jogo.

“Brooks reformula nossa percepção do que é uma vida de sucesso e mostra que, em vez de combater o envelhecimento e a mudança, podemos, na verdade, encará-los como transformação e crescimento espiritual, o que, por si só, é revolucionário.” — Oprah Winfrey

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